Funed disponibiliza parte de seu acervo histórico on-line
A Fundação Ezequiel Dias (Funed) disponibiliza, a partir desta quarta-feira (28/4), on-line, parte de seu acervo histórico, com o título: “Memórias da Ciência – objetos usados na pesquisa científica no início do século XX”. O objetivo é viabilizar, nesse momento de isolamento social, o acesso ao acervo da instituição e contar um pouco da sua história, por meio dos instrumentos técnicos que foram usados por vários profissionais na pesquisa científica voltada para a Saúde Pública. Para conferir, basta clicar aqui.
De acordo com a chefe da Divisão de Extensão e Divulgação Científica da Funed, Marina Rezende, compõem o acervo objetos ópticos, vasilhames e instrumentos de medida do início do século XX. “Essa é uma ação que visa ampliar o acesso de diferentes públicos a parte do acervo histórico disponível na fundação, pois sabemos que conhecer é um passo fundamental para preservar”, afirma.
Ao todo, 30 objetos históricos serão expostos, entre eles um microscópio flexível que pertenceu ao patrono da fundação, o médico e pesquisador Ezequiel Dias. O instrumento foi muito usado em pesquisas de campo, pois sua característica dobrável facilitava a aplicação em diferentes ambientes. Também será exposta uma cômoda inglesa doada pelo presidente da Mina Morro Velho, localizada em Nova Lima, em agradecimento à recepção que os dirigentes do então Instituto Ezequiel Dias deram à rainha Elizabeth nos anos de 1930. O mobiliário foi cedido com vários vidros que continham serpentes.
Além disso, também poderá ser consultado um livro de Receita e Despesa da Funed, com registros da instituição desde a sua criação, em 1907, até 1941. Nele, há notas fiscais, recibos, declarações de compra e venda, a lista dos primeiros funcionários e informações sobre recolhimento de imposto.
Mais que objetos
Para a historiadora da Funed, Fabiana Melo Neves, disponibilizar esse objetos tem um valor simbólico muito grande, especialmente porque a memória é um elemento fundamental na formação da identidade cultural das pessoas. “Preservar o patrimônio institucional não é só resgatar, mas compreender as diferenças e reconhecer os limites de cada época. Conservar os pilares da instituição é manter viva a sua memória, seus conhecimentos e sua identidade”, frisa.
O acesso a acervos virtuais está crescendo e, durante o período de pandemia, esse trabalho ganha ainda mais relevância ao garantir o acesso permanente das pessoas a conteúdos científicos. Instituições como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Butantan também já disponibilizaram parte de seus acervos em plataformas virtuais.
De acordo com a historiadora, a maioria dos museus promove, atualmente, mostras on-line. “Em Minas Gerais, a Funed é uma instituição pioneira. É uma das primeiras da área de Ciência e Saúde a se integrar ao projeto Tainacan, que faz parte do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram). Os objetos da exposição são registros da história da Funed, mas não recontam somente a história institucional. Eles refletem as marcas dos sujeitos que ali trabalharam e contribuíram para construir o que procuramos preservar”, destaca Fabiana Neves.
A plataforma
A plataforma Tainacan foi escolhida por ser um software de acesso livre e já fazer parte dos projetos do Ibram. De acordo com o chefe do Serviço de Informação Científica, Histórica e Cultural, José Junior Santos, a ideia é ampliar a quantidade de objetos e documentos disponíveis no Tainacam. “Com o tempo, poderemos disponibilizar outros acervos virtuais com temáticas distintas, incluindo todo o material museológico da instituição nos diversos formatos e suportes”, planeja.
Além de deixar os itens acessíveis para estudo e pesquisa, a ideia é disponibilizar um conteúdo que desperte a curiosidade do público em geral e ofereça a oportunidade de conhecer um pouco mais da história da Funed e das Ciências da Saúde como um todo. “O software possibilita que as instituições organizem, publiquem e difundam suas coleções. Essa plataforma foi muito bem-vinda entre as organizações que têm acervo museológico e que precisavam expor seus acervos virtualmente e, ao mesmo tempo, organizar e preservar”, conclui a historiadora da Funed, Fabiana Neves.
Clique aqui e conheça o acervo.
Biblioteca
Além das peças expostas, a Funed possui um acervo histórico que conta com aproximadamente 76 mil volumes. Destacam-se obras raras, como os principais livros de ciência básica e os grandes tratados de Microbiologia, Anatomia, Histologia, Zoologia e Botânica (dez volumes da Flora Brasiliense de Von Martius).
A coleção completa de Hipócrates, traduzida por Litré, além dos periódicos nacionais como o Brasil Médico, a Gazeta Médica da Bahia, O Hospital e outros latinos, como o La Semana Médica, completam a coleção de raridades. O acervo é aberto ao público, mas, em função da pandemia, as visitas estão temporariamente suspensas.
Fonte: www.mg.gov.br/#
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