A Pastoral Carcerária Nacional (PCr Nacional) lança nesta quarta-feira, 28 de abril, a pesquisa Missão da Pastoral Carcerária e Ações de Justiça Restaurativa. O evento ocorre às 20h e será transmitido no Facebook e Youtube da PCr Nacional.

A pesquisa surgiu da ideia de entender o que os agentes da pastoral pelo país vivem e pensam em relação à Justiça Restaurativa (JR). Os dados ajudarão a coordenação nacional da Pastoral a se aprofundar e atuar de forma mais precisa no tema.

O levantamento contou com 101 respostas de agentes pastorais de todas as regiões do Brasil. “É uma amostragem de dados e de vivências que trazem à PCr Nacional o olhar e a experiência do que não é relatado pelo sistema prisional brasileiro”, diz irmã Joselene Linhares, uma das pessoas responsáveis pelo trabalho.

Trata-se de um levantamento inicial para que a PCr nacional consiga atuar de forma mais eficiente e objetiva sobre o tema da justiça restaurativa. 82% dos entrevistados estão dispostos a continuar sua formação no processo da justiça restaurativa pois acreditam que ela é um importante instrumento de restauração de conflitos sociais, e 44% considera que a JR tem conteúdos eficazes que levam à restauração, conexão, percepção, à escuta ativa e melhora das relações humanas/institucionais e à responsabilização.

Concepção de Justiça Restaurativa

A Justiça Restaurativa é um dos pontos presentes na Agenda Nacional pelo Desencarceramento, uma ferramenta e forma de pensar diferente do punitivismo do cárcere. Ela trabalha com o reconhecimento, a responsabilidade e a reparação, junto com a comunidade, para que aconteça a reconexão entre os indivíduos, com a metodologia do diálogo e a escuta ativa, através da historicidade de cada um.

O Brasil é o terceiro país do mundo que mais encarcera, e isso não diminui a violência, só a faz aumentar. A JR é um dos possíveis caminhos para um mundo sem cárceres. “Utopia não é o mundo sem cárceres, utopia é acreditar que o sistema carcerário resolve qualquer coisa. É um espaço que adoece quem está privado de liberdade, quem trabalha e quem visita”, conclui Vera Dalzotto, assessora da PCr Nacional para a questão da Justiça Restaurativa.

Fonte: CNBB